(Transcrito do blog "Sistemismo Ecológico Cibernético (Painel do Paim), de Sexta-feira, 29 de Fevereiro de 2008):
"A visão sistêmico-ecológica-cibernética consiste numa proposta metodológica que corresponde à percepção da realidade, através de uma perspectiva que utiliza, sobretudo, conceitos, idéias, fundamentos e princípios da Teoria Geral dos Sistemas, da Ecologia, acrescida dos postulados da Cibernética e das virtuosidades da Teoria da Informação, a qual permeia as tríade ciências anteriormente mencionadas.
Na verdade, a Teoria da Informação pode ser considerada como um ramo da Cibernética, enquanto esta seria uma tributária da Teoria Geral dos Sistemas.
Dir-se-ia que nessa relação de parentesco a TGS desempenharia o papel de ciência mãe, a Cibernética o de filha e à Teoria da Informação corresponderia o de neta.
Além disso, esta metodologia se abebera de conhecimentos hauridos em outros ramos do saber.
O Sistemismo Ecológico Cibernético constitui, pois, uma metodologia de origem multirreferencial, de caráter abrangente, integrativo e sintético, portanto holístico, que permite a visualização, através de diferentes ângulos, da totalidade dos sistemas, existentes no Universo, ou seja, mediante a abordagem simultânea, efetivada, mediante o quádruplo aspecto:
* do enfoque sistêmico;
* da visão ecológica e,
* da perspectiva cibernética
* do concurso de sistemas e processos informacionais que permeiam as três características supra mencionadas.
O Sistemismo Ecológico Cibernético, não só torna possível, como exige, o simultâneo exame do sistema em tela e do ambiente em que este se insere, ao mesmo tempo em que envolve, também, as necessárias e obrigatórias relações de intercâmbio que se processam entre ambos.
Esta múltipla perspectiva, resultante, principalmente, de quatro disciplinas, dispostas como se constituída por outras tantas "lentes" superpostas, possibilitando uma visualização mais perfeita dos sistemas e ambientes em estudos, do que resultará numa atuação mais consciente sobre os mesmos, na busca da promoção, preservação e manutenção da sua homeostasia, do estado de equilíbrio ou de saúde, em conseqüência de sucessivos e constantes reajustes, processados em ambos, através da utilização de mecanismos cibernéticos, ou seja, do emprego do dispositivo de retroação ou retroalimentação, o “feedback”, o principal apanágio da Cibernética.
A abordagem proposta permite, assim, um melhor conhecimento do próprio sistema, uma vez que, além das características que lhe são inerentes, inclui, no seu estudo. as múltiplas influências que o ambiente exerce sobre tal sistema e, reciprocamente, leva em conta a maneira como as ações exercidas pelo sistema refletem nas condições do ambiente que o envolve.
A metodologia sistêmica, ecológica e cibernética postula, ainda, o reajuste contínuo e permanente, tanto do sistema como do ambiente, com o propósito de manter sua homeostasia, mediante a ação de mecanismos cibernéticos de retroação ou retroalimentação (“feedback”), naturais ou artificiais.
A inspiração e a base filosófica para a elaboração da metodologia sistêmica, ecológica e cibernética, é o modelo dos ecossistemas naturais e dos seres vivos, ambos sistemas auto-organizadores, auto-reprodutores e auto-reajustáveis, portanto cibernéticos e homeostáticos.
Por outro lado, esta proposta mantém coerência com postulados da física moderna, relativista, contingente e estatística, se contrapondo ao caráter mecanicista e determinista da física clássica que percebia o universo como um sistema compacto, determinista, fechado, semelhante a um mecanismo de relógio.
O Sistemismo Ecológico Cibernético sanciona, com reservas, porque ultrapassa postulados de funcionamento dos mercados, como a lei da oferta e procura, expressa pela "mão invisível", de Adam Smith, instrumento de grande utilidade enquanto atue como dispositivo de reajuste ou "feedback" negativo.
Mas, essa "mão invisível", direita com certeza, demonstra reducionismo e todas as suas deficiências, quando faz o processo econômico social "desandar", se tornando um instrumento de um organismo cego e anti-social (o liberalismo econômico) e passando a funcionar como mecanismno de "feedback" positivo, através da potencialização das distorções do mercado livre, passíveis de gerar o caos econômico social, como ameaçou ocorrer, recentemente, ao exibir suas "cristas" na crise do mercado imobiliário dos dos Estados Unidos, a própria sede do liberalismo selvagem, condição obstaculizada pelas sucessivas intervenções da maior economia do mundo, na correção dos rumos do mercado.
Ficou, assim, demonstrado que o sistema social não pode mais continuar, unicamente, ao bel prazer do "laisser fair", se tornando necessário domesticar o poder absoluto da "mão direita" extremada do liberalismo econômico, através da sua reorientação no sentido de promover um melhor equilíbrio ou homeostasia da sociedade, mediante a coadjuvação da "mão esquerda" , representada pelo "feedback" social, no processo de controle do mercado, em perfeita coerência com o papel regulatório do Estado democrático, no domínio econômico-social, ainda que, apenas, de caráter complementar e, em caso de comprovada necessidade.
Entretanto, esta faculdade não deve ser atribuída ao Estado totalitário, ele próprio sem mecanismos de "feedback", mas, apenas ao estado de direito - Estado democrático, - em que os Poderes Legislativos e Judiciário funcionem como mecanismo de "feedback" negativo em relação ao Poder Executivo, cujos preceitos de ordenação jurídica decorram da delegação da sociedade, expressa pela voz inconfundível do voto universal, capazes de transformar o sistema social global em um instrumento de distribuição de justiça e de bem estar social, construindo, assim, uma sociedade mais humana, mais justa e igualitária.
Adaptado do livro Sistemismo Ecológico Cibernético – 3a. edição – 2004 - Todos os direitos reservados aos autores - copyright Ó by Edson N. Paim e Rosalda C.N. Paim.
...o livro de Edson Paim, intitulado Sistemismo Ecológico Cibernético, escrito em parceria com Rosalda Paim e vai já vai para o prelo a sua quarta edição.
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